Fase fálica : aproximadamente de 3 a 6 anos.
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Se tudo estiver acontecendo de forma funcional, a criança
"entende" que a mãe tem um outro "objeto de desejo" que é o
seu pai. Neste momento que vai acontecer a "triangulação" ou a
questão "edipiana".
Complexo de Édipo Funcional
O menino "seduz" a mãe . Aqui acontece a primeiro choque entre pai e filho.
O pai é que faz o corte e para isto acontecer, depende da relação
estabelecida entre o casal. Essa é a oficialização do PAI INTERNALIZADO.
Aqui acontece a identificação masculina : o menino quer ficar poderoso
como o pai para ter uma mulher como a que o seu pai tem. Aqui precisa de um pai
tranqüilo do seu papel masculino e de um casal saudável.
** Se essa mãe for viúva por exemplo, um outro homem (tio, padrinho,
avô, namorado da mãe) é que deve fazer o corte. Esse corte tem que ser feito por um homem.
Complexo de Édipo disfuncional
1º caso )
É um casal disfuncional : esse homem não tem desejo e satisfação com essa mulher. Ele pode funcionar como seu pai, filho , inimigo, sócio dela, etc.
Quando esse filho vai seduzir a mãe , ela gosta porque esse marido não
corresponde a seus desejos. Então, ela elege o filho como "parceiro"
e o marido não faz o corte entre essa mãe e o filho. A mulher "sobe"
esse filho para o lugar de "marido" (substituindo a carência marital
).
Aqui o filho fica órfão de pai.
Hipóteses para o futuro disso :
- esse filho pode ter muita
dificuldade de relacionamento e de se entregar a outra mulher, ficando
solteirão para cuidar da mãe.
- Pode acontecer também da mãe
não desqualificar o pai , embora esse homem não preencha sua carência
afetiva e aí ela fica com 2 homens ( pai e filho).
- Esse filho pode casar, mas
somente com uma mulher escolhida pela mãe, que não vai roubá-lo dela. Tem
que ser uma mulher forte como a mãe, mas que, enquanto estiver viva não a
ameace e que quando ela morrer, essa mulher cuide de seu filho como ela
cuidava.
- Esse homem que ficar com uma
mulher não escolhida pela mãe, "brocha" na cama ou tem pouco
desejo por essa mulher porque sente que está traindo a mãe.
A primeira tendência é a mãe fazer do filho o seu "marido".
Essa
mãe faz dois papéis : de mulher do filho ede pai do filho, querendo o ensinar a
ser homem.- A grande hipótese do
homossexualismo é aqui. O filho vai seduzir a mãe, e não tem
ninguém para fazer o corte ( um homem), então, sobrou para ele se
identificar com a mãe. Ele cria uma resistência por mulher, porque foi uma
própria mulher (sua mãe) que tentou ensiná-lo a ser homem.
- Essa mãe, na verdade, acha
muito bom que seu filho não tenha "outra" mulher. Ele pode até
transar com quantos homens quiser, mas nunca com "outra" mulher.
- Aqui também, pode acontecer
dele ficar com raiva de mulher ( e não ser homossexual). Ele até transa
com elas, mas não vincula, porque ele está casado com a mãe (fica
solteirão).
*** Esse casal está feliz de ser assim : pai ( gênero masculino, papel
feminino) e a mãe ( gênero feminino, papel masculino). Aqui não existe
angústia, dor. Eles estão satisfeitos com seus papéis.
Então, por instinto o filho seduz a mãe, o pai não faz o corte. É a
própria mãe que faz isso , porque ela tem a função masculina do casal e porque
ela já tem o seu namorado ( que é o marido) .
Assim, a mãe não impede que o filho faça a identificação com o pai,
porque eles (o casal) têm uma boa relação afetiva. Esse filho se identifica com
o pai e vai buscar uma mulher forte como a mãe.
O filho não será homossexual e será um homem mais sensível ( como o pai)
e vai viver como seus pais vivem : felizes ! Esta família não é tão
disfuncional.
Esse casal vive essa troca de papéis, mas a mulher vive muito incomodada
e diz :
- "Seu pai é um banana!"
Então, a mãe não deixa o filho se
identificar com o pai. Ela sutilmente diz :
- "Não seja igual a seu
pai que é um banana ! Seja igual a mim que sou forte !"
- Aqui o homossexualismo
também é uma grande possibilidade.
- Assim, ele é homem (gênero
masculino) , seu papel de identificação ( que é a sua mãe) é masculino,
ele vai buscar um homem, no papel feminino (como o pai). Ou seja, vai
buscar uma figura feminina no gênero masculino, porque o feminino está no
pai (no homem). Houve uma "truncagem" edipiana.
Sobre o homossexualismo masculino :
O homossexualismo (tanto o masculino quanto o feminino) é um assunto
polêmico e não tem regras do tipo: quando acontece isso, então dá-se o
homossexualismo. Pode ser que sim e pode ser que não. Na verdade, cada caso é
um caso.
96 % dos homossexuais são de gênero masculino, papel masculino e com
desejos e práticas homossexuais. Esses homossexuais não querem deixar de ser
homens. Eles querem ser homens, só que desejam um outro homem. Somente 4% dos
homossexuais possui transtorno de gênero. Ou seja, são homens que têm desejo de
ser mulher . Eles se sentem como mulher , não se adaptam internamente e por
causa disso são mais agressivos. Aqui o componente suicida é muito forte, porque são muito depressivos ou com fortes traços
depressivos. Outros psicotizam, porque não dão conta de lidar com a realidade
díficil que é ter um corpo masculino e o sentimento de ser mulher .
Os casos de transtornos de gênero ( travestis, transexualismo,
bissexualismo, etc), são casos mais especiais ainda e que cada um deverá ser
melhor entendido. Como por exemplo : se um pessoa com transtorno de gênero
fizer um cirurgia para trocar de sexo, não quer dizer que vai fazer uma escolha
heterossexual. Poderá ser também uma opção homossexual.
Uma grande parte dos homossexuais não-assumidos são casados e têm
filhos. Esses homens buscam travestis (que é o estereótipo de mulher), mas na
hora da cama, eles fazem o papel passivo. Eles têm práticas heterossexuais, só
que eles têm desejos homossexuais. Muitos deles, ainda, são machões e
odeiam gays. Eles jamais assumem a sua homossexualidade ou sequer tomam
consciência dela. Têm Homofobia : medo do homossexualismo.
Complexo de Electra funcional ( dos 3 aos 6 anos aproximadamente)
A menina seduz o pai, e quem vai fazer o corte é a mãe (se o casal é
funcional). A mulher diz para a filha : - Ele é seu pai e é meu marido, meu
namorado !
Neste primeiro momento existe a coalizão da filha com a mãe, mas no
segundo momento essa filha faz uma aliança com a mãe (passa batom, põe sapato
da mãe). Aqui fechou o complexo de Electra.
No complexo de Édipo, o primeiro amor do filho é heterossexual (a mãe) e
ele disputa com o pai. Já na questão feminina (Electra), o primeiro amor é
homossexual (a mãe), por volta dos 3 anos instintivamente ela se apaixona e
seduz o pai, ou seja, trai seu primeiro amor que é a mãe. Aqui aparece um
sentimento de culpa que todas as mulheres carregam para o resto da vida. A
mulher sempre tem uma grande culpa em relação às suas mães, com muitas
dificuldades de terem ou serem diferentes de suas mães. Muita mulher não sai
desse débito, dessa culpa e muitas vezes ela busca uma relação tão disfuncional
ou difícil como foi a da sua mãe.
Como terapeutas, devemos ajudar às clientes a fazer dois rompimentos :
primeiro com o pai e depois com a mãe. Muitas vezes as mulheres rompem com os
pais e não conseguem romper com suas mães.
Complexo de Electra Disfuncional
Esse casal já assumiu que sua relação não é satisfatória.
Aqui a filha vai seduzir o pai e essa mãe não faz o corte, porque ela
não liga (acha até bom). Ele também acha ótimo e essa filha vira a
filha/esposa, a mulher que esse pai/homem desejava ter. Aqui a filha fica órfã
de pai e pode acontecer envolvimento sexual, chegando às vias de fato.
O que pode acontecer com essa filha no futuro :
- Ela pode ficar solteirona a
vida inteira porque já é casada com o pai.
- Ela pode casar com outro
homem mais velho (o "pai"). Faz uma transferência, e esse homem
será muito parecido com seu pai.
- Ela pode ficar solteira
(casada com o pai) assumindo todas as responsabilidades com os outros
irmãos e a própria mãe vira sua filha.
- Também pode acontecer da mãe
ficar com ódio desta filha, e se tornarem rivais de fato (disputa edipiana).
A mãe pune a filha pelo resto da vida, por ela ser a "queridinha do
papai". Ou seja, a filha que o pai ama mais do que a própria esposa,
vai ser odiada pela própria mãe. E assim, essa filha fica órfã de pai e
mãe.
- Observação : esse pai pode
ter até um harém de filhas/namoradas e cada uma com função diferente no
sistema.
2º caso ) :
Ela vai se identificar com o pai, porque não tem uma mulher para fazer o
corte. Ela pode ficar muito masculinizada e pode acontecer, se houver outra
filha, dessa ficar muito feminina e até ter uma 3ª irmã que vai ser a filha das duas.
Aqui pode chegar a um homossexualismo latente ou até emergente ( busca
na relação com outra mulher a mãe que não teve).
Observação : Tem a mulher homossexual que ama o pai e odeia a mãe, mas
tem também aquela que odeia o pai e defende a mãe que é anulada e submissa a
esse pai.
Aqui o casal é truncado, mas é feliz. Acontece então a filha
inicialmente seduzindo pai, vem o corte dessa mãe e ela vai se identificar com
a mãe, que tem o papel masculino. Assim, ela poderá buscar um homem mais
sensível como o pai.
Mas se o casal é truncado e não são felizes pode acontecer o seguinte:
A filha seduz o pai, a mãe pode fazer o corte, mas dizer sempre :
- Seu pai é um banana !
Isto porque esta mãe possivelmente é muito durona e tem inveja da
afetividade do marido. Assim, essa filha fica com dificuldade de valorizar os
homens. A mãe não era homossexual, mas a filha pode tornar-se, buscando uma
companheira mais passiva. Ela poderá estar vivendo o homossexualismo para a mãe
e para ela mesma.